sábado, 30 de janeiro de 2010
sexta-feira, 29 de janeiro de 2010
de Platão - as pessoas e as leis
-"As pessoas boas não precisam de leis para lhes dizer que hajam com responsabilidade, enquanto as pessoas más encontram formas de contornar as leis."
do p.A.Vieira - amor aos inimigos
-"...Eu espero mostrar e demonstrar, que não só não é tão dificultoso como parece, o amor aos inimigos, senão muito fácil e natural ao homem, e tanto mais, quanto for mais homem. Primeiramente isto de ter inimigos , é uma sem-razão ou injúria tão honrada, que ninguém se deve doer ou ofender dela. Quem a não aceita como adulação e lisonja de sua mesma fortuna, ou tem pequeno coração, ou pouco juízo. Se o ter inimigos é tentação, antes é tentação de vaidade, que de vingança. É motivo de dar graças a Deus, e não de lhes ter ódio a eles. Sabeis porque nos querem mal vossos inimigos? Ordinariamente é porque vêem em vós algum bem que eles quiseram ter, e lhes falta. A quem não não tem bens, ninguém lhes quer mal."
quinta-feira, 28 de janeiro de 2010
do p.A.Vieira - para ser amado
-"O maior e mais certo motivo de ser amado, é antecipar o seu amor quem quer alcançar o alheio. Todos os outros motivos, por mais forte que pareçam, e por mais usados que sejam, conquistam vaidade e engano; mas não verdadeiro amor. A formosura entretem os olhos; as dádivas enchem as mãos; a descrição lisonjeia os ouvidos; os regalos saboreiam o gosto; o poder, e a majestade fazem dobrar os joelhos; mas sujeitar e render o coração, só o amor. É o coração humano tão generoso, que não se rende senão a seu igual: nem há outro interesse, força ou arte, com que se possa conquistar, senão amando."
quarta-feira, 27 de janeiro de 2010
do p.A.Vieira - amar e aborrecer
-"Amar a quem nos aborrece, é acto de generosidade; aborrecer a quem nos ama, é acto de ingratidão: e que coração haverá tão irracional, que queira antes ser ingrato, que generoso? Quem há de trocar a nobreza e fidalguia de uma generosidade, pela vileza e baixeza de uma ingratidão?"
do p.A.Vieira - dificuldades do amor
-"Primeiramente, parece que é mais dificultoso amar a quem me aborrece, do que aborrecer a quem me ama. Provo. O agravo com que me ofende o inimigo , é dor no coração próprio; a correspondência com que falto ao amigo, é dor no coração alheio; e no remédio da dores sempre se acode primeiro à que mais lastima, e sempre é mais sensitiva a que está mais perto. Logo mais natural é no homem o ódio ao inimigo, que o amor ao amigo; porque no ódio ao inimigo acode-se à dor própria com a vingança; no amor ao amigo acode-se à dor alheia com a correspondência. Mais. Quando amamos a quem nos ama, governa-se a vontade pela razão; quando aborrecemos a quem nos aborrece, move-se o apetite pela ira; e os ímpetos da ira sempre são mais fortes que os impulsos da razão: sempre obram mais eficazmente os ofendidos, que os obrigados; porque a ofensa corre por conta da honra; a obrigação por conta do agradecimento: e mais sofrível é o nome de desagradecido que a nota de afrontado. Mais ainda. Quando amo a quem me ofendeu, pago o que devo; quando me vingo de quem me ofendeu, pagam-me o que me devem; e quem há que não seja mais inclinado a receber a satisfação, que a pagar a dívida? Mais dificultoso é logo deixar de aborrecer a quem nos aborrece, que deixar de amar a quem nos ama. Só parece que está a experiência contra esta resolução; porque sendo no mundo mais as ofensas que os benefícios, são mais as ingratidões que as vinganças: logo os homens naturalmente parece que são mais ingratos que vingativos. Mas não é assim. Porque para a vingança é necessário poder, e para a ingratidão basta a vontade. E se é menor o número das vinganças, é por serem os homens menos poderosos, e não por serem menos inimigos."
terça-feira, 26 de janeiro de 2010
do p.A.Vieira - consonância e dissonância
-"A filosofia da consonância e dissonância ainda em uma só palavra, ou sílaba, é tão admirável, como pouco advertida. Sendo a consonância, concórdia do som, e a dissonância, discórdia; e sendo o som um movimento sucessivo, que perde uma parte, quando adquire outras; é certo que quando a parte que soa e existe no ouvido, se ouve, a parte que passou já não se ouve, porque já não existe, nem soa: como pode logo ser, que do que se ouve, e do que se não ouve,se forme a consonância ou dissonância? O como, ou modo natural desta filosofia, é,que a parte do som que passou, ainda que já não soa, nem existe no ouvido, existe, porém, e persevera na memória: e da parte do som passado, que persevera na memória, junta com a parte do som presente, que continua no ouvido, resulta entre o ouvido e a memória a consonãncia ou dissonância das vozes. Troquemos agora os sentidos, e do ouvir passemos ao ver, e entre os olhos e a memória veremos no nosso caso a mesma maravilha. Ponha-se neste formoso teatro a memória defronte da vista, e a vista defronte da memória; e na contraposição destes dois espelhos se verá a consonância maravilhosa do tema, isto é, da profecia com o profetizado, e a dissonância ainda mais admirável dos tempos, isto é, do passado com o presente. O passado tão descomposto, o presente tão modesto : o passado tão disforme, o presente tão reformado : o passado tão abominável, o presente tão louvável: o passado tão gentílico, o presente tão cristão: o passado tão ímpio, e o presente tão santo."
segunda-feira, 25 de janeiro de 2010
do p.A.Vieira - o discurso dos anos
-" Que ocultos são os mistérios da Escritura Divina e que grande doutor é o tempo ! Não há melhor intérprete das Profecias, que o sucesso das cousas profetizadas; nem há discurso mais certo para alcançar o que se não entende, que os discurso dos anos."
do p.A.Vieira
-"O rico que quer mais do que pode, é pobre,porque lhe falta o mais que quer; e o pobre que quer menos do que pode ,é rico, porque lhe sobeja o mais que pode. Assim no-lo ensinou a mesma natureza, mestra de nossas acções, quando nos proveu dos instrumentos, medindo-os com elas. Porque dispôs a natureza que a mão fosse maior que o coração; e o coração um, e as mãos duas? Porque o coração é o instrumento do querer, e as mãos do poder: no coração está a deliberação da vontade, e nas mão a execução das obras: e ordenou que a mão fosse maior que o coração e o coração um, e as mãos duas, para que sempre pudéssemos mais do que quiséssemos, e nunca queiramos tanto com podemos. Oh ! Se nós os homens entendêssemos esta política natural e doméstica, e nos persuadíssemos a ela, quão descansada seria esta vida, que nós pelo desgoverno da nossa vontade, e pelos excessos das nossas vontades fazemos tão cansada e trabalhosa !"
sábado, 23 de janeiro de 2010
do p.A.Vieira - controvérsia
-"Temos hoje em controvérsia os dous mais poderosos afectos, e os dous mais perigosos da vontade humana. Tão poderosos, que se a vontade os vence, é senhora ; tão perigosos, que se eles vencem a vontade, é escrava. E que dous afectos são estes ? Amor e ódio. O amor tem por objecto o bem para o abraçar, o ódio tem por objecto o mal para o fugir, e este é o poder universal que se estende sem limite a quanto tem o mundo. Mas como o mal muitas vezes anda bem trajado, e o bem pelo contrário mal vestido, daqui vem, que, enganada a vontade com as aparências, facilmente ama o mal, como se fora bem, e aborrece o bem, como se fora mal, e aqui está o perigo. Os Antigos diziam : amai a quem vos ama, e aborrecei a quem vos aborrece, isto é , querei bem a quem vos quer bem, e querei mal a quem vos quer mal. Mas este mesmo ditame, ainda hoje tão seguido, posto que parece fundado em igualdade e justiça, é o maior e mais perigoso erro que a sabedoria divina veio alumiar e reformar ao mundo."
quinta-feira, 21 de janeiro de 2010
do p.A.Vieira - muitas coisas distinguem os homens
- "Muitas coisas neste mundo distinguem os homens : distingue-os a vaidade entre nobres e plebeus ; distingue-os a cobiça entre ricos e pobres ; distingue-os a política entre príncipes e vassalos ; distingue-os a tirania entre livres e servos ; distingue-os a religião entre eclesiásticos e seculares ; distingue-os a ciência entre doutos e idiotas ; mas só a justiça de Deus no Dia do Juizo acertará a os distinguir bem, porque os dividirá em bons e maus. Nenhuma cousa tanto desejam os homens, como distinguir-se e extremar-se dos outros : o melhor e mais fácil modo para um homem se distinguir é o fazer-se bom. Distinguir-se pela nobreza do sangue, aos que a não tiveram de nascimento, custa-lhes tanto, que chegam muitas vezes a negar os pais ; os que se querem distinguir pela sabedoria vede quanto lhes custa de estudo ; os que pela riqueza, quanto de perigos e trabalhos ; só o distinguir-se pela bondade é fácil, proveitoso e breve : breve porque se pode adquirir em um instante ; fácil, porque basta uma acto de contrição ; proveitoso, porque só esta distinção serve nesta vida, e mais na outra : as outras distinções, quando muito, distinguir-vos-ão nesta vida ; a da virtude e bondade é a que só com tanta glória vos há-de distinguir dos maus no Dia do Juizo."
quarta-feira, 20 de janeiro de 2010
do p.A.Vieira - os reis
-"Os reis são senhores de todos, mas também cativos de todos. A todos mandam como reis e de todos são julgados com réus. Como o rei é a alma do reino, tem obrigação de viver em todos os seus vassalos, e padecer neles, e com eles quanto eles padecem. Se não padece assim, não é rei ; e se padece, que maior martírio ? Há-se de matar e morrer, para que eles vivam : há-se de cansar, para que eles descansem ; e há-de velar, para que eles durmam, sendo mais quieto e sossegado o sono do cavador sobre cortiça, que o do rei debaixo de céus de brocado. Ali desvelado marcha pelas campanhas com os seus exércitos ; ali navega os mares com as suas armadas, e a qualquer bandeira que tremula com o vento, lhe palpita o coração na contingência dos sucessos. Tais são as miseráveis felicidades, ou as adoradas misérias dos que postos na região dos raios, dos trovões, e das tempestades, a dignidade com razão, e a lisonja sem ela, chama sereníssimos."
terça-feira, 19 de janeiro de 2010
do p.A.Vieira- os bens da fortuna
-"Passemos aos bens da fortuna. E subindo ao mais alto ponto aonde ela pode chegar, preguemos um cravo na sua roda, para que concedendo às suas felicidades a constância, que não têm, vejamos se se podem jactar, ou presumir de que carecem de misérias. Os ceptros e as coroas, são as que postas no cume da majestade, levam após si com o império os aplausos e adorações do mundo e ao mesmo mundo, o qual cego com os reflexos daquele esplendor, os aclama felizes e felicíssimos, não penetrando o interior e sólido da felicidade, mas olhando só, e parando no sobredourado das aparências"
segunda-feira, 18 de janeiro de 2010
do p.A.Vieira--humanidade e justiça
-" A humanidade é o realce da justiça : entre o justo e o justiceiro há esta diferença : - ambos castigam, mas o justo castiga e pesa-lhe : o justiceiro castiga e folga. O justo castiga por justiça, o justiceiro por inclinação : o justo com mais vontade absolve, que condena ; o justiceiro com mais vontade condena, que absolve. A justiça está entra a piedade e a crueldade : o justo propende para a parte de piedoso : o justiceiro para a de cruel."
domingo, 17 de janeiro de 2010
do p.A.Vieira - quem era Job
-"E Job quem era ? O espelho da paciência, a coluna da constância, a regra da conformidade com a vontade divina; aquele a quem Deus pôs em campo contra todo o poder, astúcias, e máquinas do inferno, aquele que, na próspera e adversa fortuna, com a mesma igualdade de ânimo recebia da mão de Deus os bens, e lhe agradecia os males; aquele com quem nasceu e crescia juntamente com a idade a compaixão dos trabalhos alheios, a misericórdia e piedade com todos; aquele que(como ele dizia) era os olhos do cego, os pés do manco, o pai dos órfãos, o amparo das viúvas,o remédio dos necessitados; e que nunca comeu uma fatia de pão que não partisse dela com os pobres; aquele, finalmente, a quem canonizou o mesmo Deus, não só por inocente, mas pelo maior justo e santo de todo o mundo.Este era Job"
do p.A.Vieira- quem era David
-"Mas quem era este general, quem era este soldado ? Este David e este Job que homens eram ? Oh mistério e confusão do nosso descuido e de nossa pouca fè ! David era aquele homem que, sendo ungido por Deus, quis antes perdoar a seu maior inimigo que pòr na cabeça a coroa e empunhar o ceptro ; era aquele que, depois de ser rei, tinha entre noite e dia sete horas de oração, trazendo debaixo da púrpura cingido o cilício e domando ou humilhando (como ele dizia) seu corpo com perpètuo jejum : aquele que dos despojos de suas vitórias ajuntava tesouros, não para si e para a vaidade, senão para a fábrica do Templo; aquele que, sendo leigo ordenou o canto eclesiástico, distinguiu os ministros, reformou as cerimónias e pôs em perfeição todo o culto divino e cousas sagradas; aquele que, se cometeu um pecado, ainda depois de absÕlto e perdoado, o chorou com rios de lágrimas por todos os dias e noites de sua vida; aquele, finalmente, de quem disse o mesmo Deus que tinha achado nele um homem à medida do seu coração.Este era David."
sábado, 16 de janeiro de 2010
do p.A.Vieira - aos que acabam a vida
-"Aos que acabam a vida com a morte, falta-lhes a vida; aos que acabam a vida antes de morrer, sobeja-lhes. E sequer estes sobejos da vida não os daremos de barato a Deus e à alma ?"
sexta-feira, 15 de janeiro de 2010
do p.A.Vieira - como vivemos
-"Quando considero na vida que se usa, acho que nem vivemos como mortais,nem vivemos com imortais. Não vivemos como mortais, porque tratamos das cousas desta vida como se esta vida fora eterna.Não vivemos como imortais, porque nos esquecemos tanto da vida eterna, como se não houvera tal vida.Se sta vida fora imortal e nós imortais, que haviamos de fazer, senão o que fazemos ? Estai comigo. Se Deus, assim como fez um Adão, fizera dous e o segundo fora mais sisudo que o nosso, nós havíamos de ser mortais, como somos e os filhos do outro Adão haviam de ser imortais. E estes homens imortais que haviam de fazer neste mundo ? Isto mesmo que nós fazemos. Depois que não coubessemno no Paraíso e se fossem multiplicando, haviam-se de estender pela terra ; haviam de conduzir de todas as partes do mundo, todo o bom, precioso e deleitoso, que Deus para eles tinha criado; haviam de ordenar cidades e palácios, quintas, jardins, fontes, delícias, banquetes, representações, músicas, festas e tudo aquilo que pudesse formar uma vida alegre e deleitosa. Não é isto o que nós fazemos ? E muito mais do que eles haviam de fazer; porque o haviam de fazer com justiça, com razão, com modéstia, com temperança; sem luxo, sem soberba, sem ambição, sem inveja; e com concórdia, com caridade, com humanidade. Mas como se ririam então e como pasmariam de nós aqueles homens imortais! como se ririam da nossas loucuras, como pasmariam da nossa cegueira, vendo-nos tão ocupados,tão solícitos, tão desvelados pela nossa vidazinha de dous dias, e tão esquecidos e descuidados da morte, como se fôramos tão imortais como eles? Eles sem dor, nem enfermidade; nós enfermos e gemendo : eles vivendo sempre ; nós morrendo ; eles não sabendo o nome à sepultura; nós enterrando uns aos outros, Eles gozando o mundo em paz; e nós fazendo demandas e guerras pelo que não havemos de gozar. Homenzinhos miseráveis (haviam de dizer), homenzinhos mideráveis, loucos, insensatos, não vedes que sois mortais ? Não vedes que haveis de acabar amanhã ? Náo vedes que vos hão-de meter debaixo de uma sepultura e que de tudo quanto andais afanando e adquirindo, não haveis de lograr maid que seis pés de terra ! Que douduce e que cegueira é a vossa ? Não sendo como nós, quereis viver como nós ? Assim é MORIMUR UT MORTALES :VIVIMUS UT IMMORTALES; morremos com mortais que somos, e vivemos como se fôramos imortais. Assim o dizia Séneca gentio à Roma gentia. Vós a isto dizeis que Séneca era um estóico. E não é mais ser cristão que ser estóico ? Séneca não conhecia a imortalidade da alma; o mais a que chegou foi duvidá-la e contudo entendia isto."
quarta-feira, 13 de janeiro de 2010
do p.A.Vieira- o profano e o divino
-"Querem dizer estes santos, que a embriaguez do cálix divino, chamando-lhe todos embriaguez, é semelhante, mas contrária à do cálix profano. A do cálix profano, de sisudos faz loucos: a do cálix divino,de loucos faz sisudos. A do profano, de sóbrios faz intemperantes: a do divino, de intemperantes, sóbrios. A do profano , de modestos, furiosos: a do divino, de furiosos, modestos. A do profano, de pacíficos, discordes e belicosos : a do divino, de discordes e inquietos, pacíficos. A do profano, de pios, ímpios: a do divino de ímpios, espirituais e devotos. A do profano, de racionais, brutos: a do divino, de feras, homens. A do profano, de católicos, ateus: a do divino, de gentios, cristãos. A do profano, de livres, escravos do gosto, do apetite, da paixão: a do divino, de escravos, senhores de todas as paixões da sua alma e de si mesmos. Enfim, o profano é causa de todas as profanidades e escândalos de que se lembra a memória: a do divino, de toda a piedade, religião, e exemplo mais celestial, que da terra, mais angélico que humano, que estão vendo os olhos."
segunda-feira, 11 de janeiro de 2010
do p.A.Vieira
"Não há melhor intérprete das Profecia que o sucesso das cousas profetizadas; nem há discurso mais certo para alcançar o que se não entende, que o discurso dos anos."
do p.A.Vieira - se obras como juiz
-"Se obras como juiz, toma conhecimento da causa; mas se obras como rei, manda o que quizeres. A segunda parte deste aforismo é tirada dos arquivos, não só da tirania, mas do ateísmo ; e não só a seguem os reis, senão também os juízes."
sexta-feira, 8 de janeiro de 2010
do p.A.Vieira - ecrúpulos
-"...mas há muito que estou desenganado,que o que os homens não fizerem pelos escrúpulos da conveniência, muito menos o farão pelos da consciência."
do p.A.Vieira - meça-se cada um consigo
- " Meça-se cada um consigo e ajuste as suas acções com as suas forças e com o seu poder; porque se para fazer maiores obras, quiser poder mais, nem serão maiores, nem obras."
quarta-feira, 6 de janeiro de 2010
p'ra variar um pouco, uma de Einstein- insanidade
-" Insanidade é fazer muitas vcezes as mesmas coisas e pensar que mudou alguma."
terça-feira, 5 de janeiro de 2010
do p.A.Vieira - porque para enriquecer um homem
"...porque para enriquecer um homem, se empobrecem outros e para se levantar ou ressuscitar uma casa, se arruinam e sepultam muitas. Os empenhos do morgado tirá-los-á o governo, o cativeiro das comendas remi-lo-ão as pensões e se a limitação dos ordenados não abrange a tanto, estendê-la-ão sem limite os desordenados. O que não pode pagar a gineta, pagá-lo-+a a companhia; o que não pode pagar o bastão,pagá-lo-á o exército; o que não pode pagar Portugal, pagá-lo-á o Brasil, pagá-lo-á a àfrica, pagá-lo-á a Índia. E para que poucos que querem mais do que podem sejam flagelos, assolação e raios das quatro partes do mundo, se lhes dará licença por escrito, para que possam quanto quiserem."
segunda-feira, 4 de janeiro de 2010
do p. A. Vieira
-" O querer e o poder, se divididos são nada, juntos e unidos são tudo. O querer sem o poder é fraco, o poder sem o querer é ocioso e deste modo divididos são nada.Pelo contrário o querer com o poder é eficaz, o poder com o querer é activo e deste modo juntos e unidos são tudo."
do p.A. Vieira - Um rei seguro
-"Para um rei se considerar seguro entre os proncípios gloriosos da majestade, quando considerar que é Deus nos poderes, lembre-se que é mortal na condição."
sábado, 2 de janeiro de 2010
do p.A.Vieira - permitir e aprovar
-" Não é o mesmo permitir que aprovar, antes o que se permite já se supõe condenado. A benevolência e dissimulação, como são afectos de mesma cor, equivocam-se facilmente nas aparèncias; e quantas vezes se choraram ruínas, os que se invejaram favores ! Vem a ser indústria no príncipe, o que é razão de estado no lavrador, que as espigas que há-de cortar, essas abraça primeiro."
do p.A.Vieira - crer
-"Por duas razões se persuadem mal os homens a crer algumas cousas, ou por muito dificultosas, ou por muito desejadas: o desejo e a dificuldade fazem as cousas pouco críveis."
do p.A.Vieira - o perfeito orador
-" As partes que constituem o perfeito orador, são três: ensinar, deleitar, proporcionar e mover".
do p.A.Vieira - tão desvanecidos de tudo
-" Oh que diferente conceito havíamos de formar de nós! Táo desvanecidos de ilustres, tão desvanecidos de senhores, tão desvanecidos de poderosos, tão desvanecidos de discretos, tão desvanecidos de gentis-homens, tão desvanecidos de sábios, tão desvanecidos de valentes, tão desvanecidos de tudo: porquê ? Porque vos não vedes por dentro."
do p.A.Vieira - vede esse retrato
-"Vede se diz esse retrato com o que vós tínheis formado de vós mesmo no vosso pensamento; vede bem e considerai muito devagar nesse espelho, o rosto e as feições interiores da vossa alma; vede bem esses olhos, que são as vossas intenções; esses cabelos, que são vossos pensamentos; essa boca, que são as vossas palavras; essas mãos
que são as vossas acções e as vossas obras; vede bem se diz essa imagem com a que tendes na vossa ideia; vede se se parece o que vedes com o que imagináveis; vede se vos conheceis; vede se sois esse, ou outro:"Tu quis es?"."
que são as vossas acções e as vossas obras; vede bem se diz essa imagem com a que tendes na vossa ideia; vede se se parece o que vedes com o que imagináveis; vede se vos conheceis; vede se sois esse, ou outro:"Tu quis es?"."
do p.A.Vieira - somos pouco maiores que as ervas
-"Somos pouco maiores que as ervas e fingimo-nos tão grandes como as árvores; somos a cousa mais inconstante do mundo e cuidamos que temos raízes; se o inverno nos tirou as folhas, imaginamos que no-las há de tornar a dar o verão; que sempre havemos de florescer, que havemos de durar para sempre.Isto somos, e isto cuidamos."
do p.A. Vieira - sobre a cegueira
-"A cegueira do juízo e amor-próprio, é muito maior que a cegueira dos olhos; a cegueira dos olhos faz que não vejamos as cousas; a cegueira do amor-próprio, faz que as vejamos diferentes do que são, que é muito maior cegueira."
fo p.A. Vieira- todos estes juízes
-"Todos estes juízos hão-de ser julgados hoje e espero que hão-de sair bem julgados, porque debaixo do juízo da penitência, o juízo de si mesmo emenda-se; o juìzo dos homens despreza-se; o juízo de Deus revoga-se. Assim que o juízo de si mesmo emendado; o juízo dos homens desprezado; o juízo de Deus revogado; é o que havemos de ver hoje."
sexta-feira, 1 de janeiro de 2010
do p.A.Vieira - ambiciosos e pretendentes
-"...e lamentarei com tanta razão como ele, que porque há tantos ambiciosos e há tantos pretendentes e há tantos que alcançam os ofícios de que são indignos; e porque não há quem conheça os beneméritos, nem há quem busque os escondidos, nem há quem os desenterre dos seus retiros; por isso ou está sepultada a república, ou caminha a passos largos para a sepultura sem modo nem esperança de ressuscitar dela."
do p.A.Vieira - os mais aptos
-"Mas mostrou e ensinou ao mundo quanto mais aptos e capazes são dos grandes lugares os que pretendidos os recusam, que os que ambiciosos os pretendem."
do p.A.Vieira - o ser político
-"O político faça-se versado en toda a lição das histórias e aprenda mais na prática dos exemplos, que na especulação do discurso a resolução dos casos futuros e a experiência dos passados. O inclinado às letras, procure com o estudo universal as notícias da todas as ciências e não cuide que só com a memória de poucos textos das leis lhe podem dar as demandas e trapaças o falso e mal merecido nome de letrado: enfim, por humilde e rasteira que seja o inclinação, ou fortuna de cada um, faça-se no seu estado insigne, lembrando-se que os antigos romanos do arado eram escolhidos para o bastão e do triunfo tornavam outra vez ao arado. E se acaso nestes solitários exercícios julgarem que estão ociosos por lhes tardar a promoção do que eles merecem, advirtam que tudo tem sua hora."
dop.A.Vieira- cuidar dos talentos
-"Empreguem todo o seu cuidado os grandes sujeitos em aperfeiçoar os talentos e dotes que neles depositou a natureza ou a graça e se por retirados e escondidos cuidarem que perdem tempo e estimação, lembrem-se que sepultadas as pérolas no fundo do mar e a prata no centro da Terra, nem às pérolas falta quem pelas desafogar afogue a respiração, nem à prata quem pela desenterrar enterre a vida."
do p.A.Vieira - sobre o pescador
- "Responde Eusébio Galicano, que sobre a grande proporção que tem a arte e ofício de pescador com o de pontífice: sobre a prudência de governar o leme e sustentar e levar segura a barca: sobre a constância e valor de contrastar com os mares e com os ventos: sobre o sofrimentos e dureza sem mimo nem regalo de suportar os trabalhos: sobre a vigilância de observar a Lua e as estrelas e contar os passos, as marés de dia e de noite: sobre a discrição de usar do remo ou da vela, segundo a oportunidade dos tempos e muito particularmente sobre o instrumento universal, não do anzol ou do arpão, senão da rede que cerca e abraça sem distinção a todos."
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