domingo, 27 de dezembro de 2009

do p.A.Vieira

-"Para um juizo perfeito requerem-setrês cousas : ciência para examinar,justiça para julgar, poder para executar."
-"...porque o dar , para que se agradeça, há-de proceder da vontade: e o condenar para que se não erre, há-de regular o entendimento."
-"Pois por isso o dar se atribue à terceira pessoa e o julgar à segunda: porque o dar há-de ser da vontade, mas com suposição do entendimento; o julgar há-de ser só do entendimento sem intervenção nenhuma da vontade. Eis aqui um perfeito ditame da justiça punitiva e distributiva. O condenar só por entendimento, sem vontade; o dar mui por vontade, mas com entendimento. E seria bem que o dar fosse só por entendimento e que no condenar entrasse também a vontade? Não, porque daí nasceria o que acontece algumas vezes, que nem as mercês obrigam, nem os castigos emendam. Condenar com vontade, é passar além de justo; dar sem vontade é ficar aquem de liberal; no primeiro vai escrupulosa a justiça, no segundo fica desairosa a liberalidade."

Sem comentários:

Enviar um comentário