sábado, 30 de abril de 2011

do p.A.Vieira - do sermao do Santissimo Nome de MAria

"E verdadeiramente se nós mesmos nos não quisermos enganar ou cegar, que outra cousa é este mundo, senão um hospital comum da natureza humana, em que todos padecem, todos gemem, e como nele não há estado, ou fortuna isenta de misérias e dores, nenhuma há também enxutada de lágrimas. Mas que maravilha seria tão
grande, tão fácil, e tão útil, se todos estes males se curassem, não digo com palavras, senão com uma só palavra! Pois esta palavra é o nome de Maria: e senão, discorramos um pouco por este hospital e perguntemos a alguns doentes qual é a sua queixa.
São o mal de que vos queixais tristezas que não admitem consolação? Diz Ricardo de S.Laurêntio: pois invocai o nome de Maria, e vereis como essa nuvem que tendes sobre o coração se desfaz e em lugar da tormenta vem a serenidade."

do p.A.Vieira - do sermao do Santissimo Nome de MAria

"Ouvi um caso verdadeiramente estupendo. Junto aos muros da cidade de Nimega se achava de noite uma donzela de outro povo vizinho, a qual não quis recolher em sua casa outra mulher, que, não só por piedade cristã, mas por estreito parentesco, tinha depois da mãe as segundas obrigações de o fazer. Neste deamparo, só, triste, desesperada, e perdido totalmente o juizo, em vez de invocar a miserável o socorro do Céu,chamou o do Inferno; e no mesmo ponto lhe apareceu o Demónio em hábito de médico forasteiro que por ali passava. Informou-se das causas de sua aflição, e não só lhe prometeu remmédio para o trabalho presente, mas muito melhorada fortuna para o resto da vida, só com condição, que quiaesse ser sua. Aceitou a pobre donzela o miserável contrato, contra o qual porém se ofereceu uma nova dificuldade; porque sabendo o Demónio que ela se chamava Maria, instou que havis de deixar aquele nome, que Ele sobre todos aborrecia. Tinha Maria grande afecto ao mesmo nome, posto que já tão indigna dele: enfim vieram os dous a partido, que deixado o nome inteiro de Maria, ao menos lhe ficasse a primeira letra; e assim se chamou dali por diante Eme. Continuou Eme no serviço e amizade do Demónio, e já se vê qual seria a sua vida. Não era de cristã, mem de criatura racional, mas de tição do Inferno, tao condenada, e sem esperança de salvação, como o mesmo a quem servia. Contudo, eu ainda dão desepero.
Passou um, passaram dous, passaram seis anos, em que suportou Eme o duríssimo cativeiro, o jugo cruel do infernal tirano: mas como sempre consevou aquela meia sílaba do nome de Maria, poato que era uma só letra, ela bastou finalmente para o despojar da presa, e derrubar e vencer."

quinta-feira, 28 de abril de 2011

do p.A.Vieira - do sermao do Santissimo Nome de MAria

Havendo aceitado David o desafio com o gigante, a munição que prevenia para a sua funda, foram cinco pedras. E porque razão este número, e não outro? Para o tiro bastava uma, como bastou. E se para o segurar se não contentou com duas, nem três, nem quatro; porque não levou seis ou sete, senão cinco? Todos os que cdonsideram este número, mais reconhecem nele o supérfino, que o necessário; e menos o natural, que o misterioso. Qual foi logo o mistério, porque se armou David de cinco pedras, nem mais , nem menos? Filo, o autor das Antiguidades Bíblicas e o Caldeu, dizem que escreveu David naquelas pedras o nome de Deus e dos Patriarcas.
Eu bem creio que David no seu surrão não traria pena e tinta; mas posto que para riscar o que dizem que escreveu, bem podia haver no mesmo surráo algum instrumento pastoril, bastava que esta devota aplicação a fizesse em voz ou mentalmente. E quanto aos que têm por fábula dos Rabinos este género de letras escritas nas pedras dos que atiravam com fundas, é pouca notícia da milícia antiga, na qual o usavam assim os fundibulários, que eram os mosqueteiros daqiele tempo, para que no golpe da pedra se soubesse a mão de que tinha saído. E ainda hoje se acham nas campanhas daquelas baralhas algumas pedras com as mesmas inscrições, que em Lípsio se podem ver estqampadas. Isto posto, não é só verosimil, mas muito conforme ao Texto sagrado, que David escrevesse nas suas pedras, ou as dedicasse ao nome de Deus, porque quando o gigante zombou das suas armas, lhe respondeu ele: "Tu venis ad me cum gladio, et hasta, et clypeo: ego autem venio ad te in nomine Domini exercituum Dei Israel." Tu vens contra mim armado de espada, lança e escudo; e eu venho contra ti sem outras armas mais que o nome do Senhor dos exércitos, o Deus de Israel.

terça-feira, 26 de abril de 2011

do p.A.Vieira - do sermao do Santissimo Nome de MAria

"A primeira etimologia, e sabida de todos e´, que o nome de Maria significa, stella maris, estrela do mar. O mar e´ este mundo, cheio de tantos perigos, combatido de todos os ventos, exposto a tao frequentes tempestades; e em uma tao larga, temerosa, e escura navegaçao, quem poderia chegar ao porto do Ceu, se nao fosse guidado de la´ por aquela benignissima estrela? Quinus auxiliis possunt naves inter tot pericula pertransire usque ad litus patriae? Porque meio poderao os navegantes, entre tantos perigos, chegar `as praias da patria? - pergunta o papa Inocemcio III: e responde, que so´ por meio de duas cousas, nau, e estrela. A nau e´ o lenho da cruz; a estrela e´ Maria."

do p.A.Vieira - do sermao do Santissimo Nome de MAria

S^e tu, Adao, diz Deus, artifice dos nomes, ja´ que o nao podes ser das cousas. Foram formadas por mim, sejam nomeadas por ti. Partamos entre ambos a Gloria desta grande obra: a mim reconheçam-me por seu Autor pelo direito da natureza, e a ti por seu senhor, pela imposiçao dos nomes: da´ tu o nome aos que eu dei a essencia. Nao podia o homem subir a maior dignidade, que a partir Deus com ele a gloria da criaçao do Mundo. Mas nesta partiçao, ou partilha, que parecia tao igual, ainda houve uma forçosa desigualdade, e diferença grande. O homem pode dar o nome, mas nao pode dar a essencia: so´ Deus pode dar as essencias ainda que nao d^e os nomes. Mas quando Deus da´ o nome, e´ tal a eficacia da palavra e nomeaçao divina, que pelo mesmo nome fica obrigado Deus a dar tambem o significado, e a essencia. Isto e´ o que disse Platao, e esta a segunda maior gloria do nome de Maria. Se Deus antes de escolher e predestinar aquela humilde donzela de Nazare´ lhe dera o nome de Maria, era Deus obrigado por força deste nome a dar `a mesma Virgem a dignidade de Mae, e todas as outras excelencias e graças para que foi predestinada: porque faltando ao nome o seu significado, e `a pessoa nomeada a sua dignidade, e `a dignidade as suas prerrogativas, faltaria tambem Deus (o que e´ impossivel) `a verdade da sua palavra, e nao seria a nomeaçao divina, nem ainda humana, como as de Adao no Paraiso.

sábado, 23 de abril de 2011

do padre a. Vieira - no sermao de N.Srª de Penha de França

"Qual vos parece que e´ o maior milagre de Penha de França? E´ nao ter jurisdiçao o tempo sobre os seus milagres. Nao ha´ poder maior no mundo, que o do tempo: tudo sujeita, tudo muda, tudo acaba.. Nao so´ tem poder o tempo sobre a natureza; mas ate´ sobre as cousas sobrenaturais tem poder, que e´ o que mais me admira. Os milagres sao cousas sobrenaturais, e nao lhes vale o ser superiores `a natureza, para nao serem sujeitos ao tempo. Grandes milagres foram os da serpente do deserto; todos os enfermos de qualquer enfermidade que olhavam para ela, saravam logo. Andou o tempo, e acabaram os milagres e mais a serpente. Grandes milagres foram os da vara de Moises: ela foi o instrumento com que se obraram todos os prodigios do Egipto contra o Farao´. Andou o tempo, e acabaram os milagres e mais a vara. Grandes foram os milagres da capaa de Elias: em virtude dela sustentava Eliseu os vivos, sarava os enfermos e ressuscitava os mortos. Andou o tempo e acabaram os milagres e mais a capa. Grandes milagres foram os da Arca do Testamento: diante dela tornavam atras os rios, caiam os muros, despedaçavam-se os idolos, e morriam subitamente os que se lhe atreviam. Finalmente, foram grandes, e maiores que grandes, os milagres da primitiva Igreja, em que todos os que se baptizavam, falavam todas as linguas, curavam de todas as enfermidades, lançavam os demonios, domavam as serpentes, e bebiam sem lesao os venenos. Passou o tempo, cresceu a Igreja, e como ja´ nao eram necessarios para fundar a Fe´´ , cessaream aqueles milagres. De sorte que sobre todos os milagres teve jurisdiçao o tempo.E que so´ sobre os milagres de Penha de França nao tenha jurisdiçao? Grande milagre! Os outros acabam com o tempo: os milagres de Penha de França crescem com o tempo. O maior encarecimento do tempo, e´ que tem poder ate´ sobre as penhas: o maior louvor daquela Penha, e´ que tem poder ate´ sobre o tempo. E se os livros sao remedio contra o tempo, quem nao e´ sujeito `as leis do tempo, nao ha´ mister livros."

do padre a. Vieira - no sermao e N.Srª da Penha de França

"A razao por que nao e´ necessario que haja livro, diei agora; e e´tao clara e manifesta que ela por si mesmo se esta inculcando. O fim para que os homens inventaram os livros, foi para conservar a memoria das cousas passadas contra a tirania do tempo, e contra o esquecimento dos homens, que ainda e´ maior tirania.Por isso Gilberto chamou aos livros, reparadores da memoria; e S.Maximo, medicina do esquecimento: Scriptura memoriae repratrix est, oblivionis medicamentum."

do padre a. Vieira - no sermao e N.Srª da Penha de França

"E muito maior louvor e encarecimento e´ das cousas grandes confessar que se nao podem escrever, que escreve-las. O que se escreve, ainda que seja muito, cabe na pena; o que se nao pode escrever, e´ maior que tudo o que cabe nela.O que se escreve tem numero e fim; o que se nao pode escrever, confessa-se por inumeravel e infinito."

sexta-feira, 22 de abril de 2011

do p.A.Vieira - no sermão de N-ª Srª da Graça

"Os bens deste mundo, ou sao bens da natureza, ou bens da fortuna, ou bens da gloria, ou bens da graça. Os bens da natureza custaram-Lhe a Deus uma palavra da sua omnipotencia, com que os criou: os bens da fortuna custaram-Lhe um aceno de sua providencia, com que os reparte: os bens da gloria custam-Lhe uma vista de sua essencia, com que se comunica: e os bens da graça, que Lhe custaram? Diga-o a cruz: custaram a vida de Deus, custaram o sangue de Deus, custaram a alma de Deus, custarm a divindade de Deus, custaram a honra de Deus. Pesa muito a graça de Deus? Pois ha´ ainda ha´ outra cousa no mundo, que pesa mais que ela. E qual e´? Qualquer dos vossos apetites. Nas balanças da cruz pesa tanto a graça como Deus: nas balanças do juizo humano, qualquer apetite pesa mais que Deus, e que a sua graça."

do p.A.Vieira - no sermão de N-ª Srª da Graça

"Quem me dera agora uma voz que se ouvira em todas as cortes do mundo, com que confundira nao ja´ a ambiçao, semao a pouca fe´ dos que tao louca e cegamente traz fora de si a pretensao daqueles nomes vazios a que o mundo bruto e vil chama dignidades! Tantos trabalhos, tantos cuidados, tantos desvelos, tantas diligencias, tantas negociaçoes, tantos subornos, tantas lisonjas, tantas adoraçoes, tantas indignidades, tanto atropelar a razao, a justiça, a verdade, a consciencis, a honra e a vida! E porque? Por alcançar a vaidade de um posto, de um lugar, de um titulo, de um nome, de uma aparencia: e no mesmo tempo entra a velhinha por aquela igreja, toma agua benta com piedade crista, e por aquele acto de religiao tao leve adquire um grau de graça, que todos os titulos, que todas as dignidades do mundo, ainda que seja a dignidade de Mae de Deus: Mater ejus. Credes isto, cristaos, ou nao o credes? O certo e´, que, ou nao temos fe´, ou muito fraca."

do p.A.Vieira - no sermão de N-ª Srª da Graça

"Nenhuma cousa ha´ no mundo que tanto pese com os homens, e de que eles tanto se prezem e desvanaçam, como da nobreza do sangue. Se a nobreza e a graça, se as manchas do sanguem e as manchas da consciencia andaram na mesma reputaçao, esivera reformado o mundo."

do p.A.Vieira - no sermão de N-ª Srª da Graça

"Vo´s os que tao seguidores sois da primeira vida da Madalena, e tao pouco importadores da segunda, pesai, pesai aqui os vossos nadas, pesai bem os nadas de vossas vaidaddes, os nadas de vossos gostos, os nadas de vossos apetites, os nadas desse amor e engano cego, pelo qual tao facilmente desprezais a graça de Deus. Por-me eu agora a provar que a graça de Deus e´ cousa de maior peso que os gostos do apetite corrupto e depravado, seria agravo de nossa fe´, e de vosso entendimento: so´ vos hei-de provar o que vo´s nao credes, e e´, que o gosto que causa a graça de Deus, ainda naturalmente e´ maior sem comparaçao, que o gosto desses mesmos apetites, e nao comparando graça com apetite, senao gosto com gosto."

do p.A.Vieira - no sermão de N-ª Srª da Graça

Basta isto para provar que a graça de Deus pesa mais que a graça dos reis? Se ainda nao basta, ajuntemos o fim com o principio. Se nos nao basta como cristaos saber que a graça dos reis e´ o maior risco da graça de Deus, baste-nos como politicos saber, que a graça de Deus e´ a maior segurança da graça dos reis. Nao ha´ graça dos reis segura, senao fundada na graça de Deus.

do p.A.Vieira - no sermão de N-ª Srª da Graça (cont.)

A graça dos reis e´ data da fortuna; a graça de Deus e´ premio de merecimento; e esta so´ propriedade, quando nao houvera outra, bastava para a fazer de suma estima. A graça dos reis, ainda que façaIs pela merecer, nem por isso a conseguis; antes muitas vezes a logram mais os que a merecem menos: a graça de Deus, se fizerdes pela merecer, nao vo-la pode Deus negar. A graça dos reis, para ser mudavel, bastava fundar-se em vontade humana; mas funda-se em vontades coroadas, que, como sao as mais livres, sao tambem as mais indiferentes, por nao dizer as mais inconstantes: a graça de Deus, funda-se em vontade divina,que, commo nao pode errar a eleiçao , nao pode mudar o afecto. A graça dos reis poucas vbezes dura tanto como a vida do valido, e quando dura quanto pode, acaba com a vida do rei: a graça de Deus cresce na vida, e confirma-se na morte; da parte do homem e´ imortal, porque se funda na alma; da parte de Deus e´ eterna, porque e´ graça de Deus. A graça dos reis dizem que e´ uma grande altura: a graça de Deus e´certo que e´ posto muito alto; e ainda que ambas estao juntas aos precipicios, da graça de Deus podeis cair, da graça dos reis podem-vos derrubar. A graça dos reis pode-vo-la tirar a calunia; a graça de Deus so´ vo-la pode tirar a culpa. Da graça e da privança do rei pode-vos tirar o rei todas as vezes que quiser a graça e a privança de Deus nem o mesmo Deus vo-la pode tirar, sem vo´s quererdes; e se quiserdes, sera´ muito o seu desprazer. A graça dos reis, depois de perdida, nao se recupera com rogos: a graça de Deus, se a perdeis, o mesmo Deus vos roga que torneis a ela. Depois de perdida a graça dos reis, fica o pesar sem remedio: depois de perdida a graça de Deus, nao e´ necessario outro remedio mais que o pesar: pesou-vos, estais outra vez na graçal. A graça dos reis da´-se aos ditosos, de que depois se hao-se fazer os arrependidos, que desde logo começam a ser ditosos; a ambas as graças anda junto o arrependimento; mas as dos reis tem-no depois: a de Deus antes. A graça dos reis e´ graça sem sacramentos: a graça de Deus tem sete: tem baptismo para o inocente, e tem penitencia para o culpado; tem confirmaçao para a vida, e tem extrema-ençao para a morte; tem ordem para o eclesiastico, e tem matrimonio para o leigo; e finalmente tem comunao para todos. Sete portas nos deixou abertas Deus para entrarmos `a sua graça, e nenhum dos que entram por elas as pode fechar ao outro. So´ em uma cousa se parece a graça de Deus com a dos reis, e e´, que ambas mudam os homens: uns e outros nao sao os que dantes eram; mas com esta diferença: os que se veem na graça dos reis, esquecem-se do que foram, e tambem se esquecem do que podem vir a ser; e os que andam na graça de Deus, de nenhuma cousa se lembram, senao do que hao de vir a ser, e nenhuma cousa lhes da´ pena, senao a lemgraça do que foram. Finalmente a graça dos reis nao pode dar Paraiso; tira´lo sim: a graça de Deus e´ a que so´ da´ o Paraiso, e so´ a falta dela o Inferno.

quinta-feira, 21 de abril de 2011

do p.A.Vieira - no sermão de N-ª Srª da Graça

A graça dos príncipes não vos pregarei eu, que não é muito pesada e muito contrapesada; mas é de muito pouco peso. Sejaearta a primeira diferença entre a graça de Deus e a graça dos reis. A graça de d+e a cousa de maior peso, e não é pesada: a graça dos reis é uma cousa que pesa muito , e é pesadéssima. A graça dos reis para se conservar, quantos cuidados custa? a graça de Deuis é um descuido de tludo o mais, e só a podem ofender outros cuidados. A graça dos reis é um alvo a que se tiram todas as setas: a graça de Deus é um escudo que nos repara de todas. A graça dos reis muiras vezes é conveniência, outras necessidade, algumas gosto, e sempre tem poucos quilates de vontade: a graça de Deus, como Deus, não depende, nem há mister, toda é amor. A graça dos reis, por muito que levante ao valido, sempre deixa na essfera de vassalo: a gra de Deus sobe o homem à familiaridade de amigo, à dignidade de filho, e à semelhança de si mesmo. A graça dos reis não vos dá parte da coroa: a graça de Deus é participação de sua divindade. Agraça dos reis, ainda quedeis o sangue por eles, não basta para o alcançardes: a graça de Deus, deu Deus o sangue por vós, s´jo para vo-la dar. A graça dos reis, se é grande, é de um só; seé de mais que de um, é pouca e de poucos: a graça de Deus é de todos os que a querem, põe-lhe a medida o amor, e não dimninui a companhia. A graça dos reis nem é para perto nem para longe, porque de perto enfastiasis, de longe esqueceis: a gra de Deus nunca tem longes, e qunto estais meis perto de Deus, tanto eastasis mais seguro na sua graça. .(cont.)

do p.A.Vieira - no sermão de N-ª Srª da Graça

"Mas quem poderá medir o imenso, quem poderá pesar o icompreensível? Só na hastia da cruz, onde Deus esteve estendido, se pode medir: só nos braços da cruz, onde Deus esteve pendente, se pode pesar. Ao medir sei de certo que haveis de ficar admirados; ao pesar desejara eu muito que ficáramos confundidos.Para tudo nos é necessário a mesma graça."