quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010
do p.A.Vieira - o peso da alma
-"Ah idólatras do mundo, que tantas vezes dais a alma e dobrais o joelho ao demónio, não pelo mundo todo, senão por umas parte tão pequenas dele, que nem migalhas do mundo se podem chamar! Quantos príncipes dão a alma, e tantas almas ao demónio por uma cidade, por uma fortaleza ? Quantos títulos por uma vila ? Quantos nobres por uma quinta, por uma vinha por uma casa ? Que palmo de terra há no mundo que não tenha levado muitas almas ao inferno, pela demanda, pelo testemunho falso, pela escritura suposta, pela sentença injusta, pelos ódios, pelos homicídios, e por infinitas maldades? Se o mundo todo não pesa uma alma, como pesam tanto estes pedacinhos do mundo ? Barro alfim. Deitai ao mar um vaso de barro inteiro, nada por cima da água : quebrai esse mesmo vaso , fazei-o pedaços, e todos, até o mais pequeno, se vão ao fundo. Se o mundo todo inteiro pesa tão pouco, como pesam tanto estes pedacinhos do mundo, que todos se vão ao fundo, e nos levam a alma após si ?"
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