domingo, 5 de agosto de 2018

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Dirigi-me àquela senhora que vejo com frequência agarrada à sua bengala, no supermercado e perguntei-lhe:
      - A senhora é feliz?
  Não demorou mais que alguns poucos segundos a responder
      - Olhe o que me faz mais feliz é    chegar aqui e ter algun dinheiro par comprar que comer.
  Eu já sabia, pela expressão usual, vaga, desinteressada e amorfa da senhora que dela não poderia surgir algo de original que pudesse valorizar a conversa, tornar mais interessante o momento, abrir uma janela no sentido da vida. Mas aquela senhora tinha sido criança, vivido uma juventude, anado e talvez ser amada. Por isso insisti:
      - Mas a senhora tem ´ou já teve família, amigos...
   Ela olhou-me, continuando sem expressão diferente no olhar, e respondeu-me:
      - Olhe, sabe que mais, a vida não me interessa.  

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