segunda-feira, 12 de abril de 2010
Do p.António Vieira - o que se concede a um...
-" Persuada-se o príncipe que o que se concede a um porque o pede, também se há-de conceder aos outros, ainda que o não peçam. Entenda que as disposições e privilégios não só são feridas da lei, mas feridas mortais, e que a lei morta, não pode dar vida à república : considere que as leis são os muros dela e que se hoje se abriu uma brecha por onde possa entrar um só homem, amanhã será tão larga que entre um exército inteiro. Olhai para as leis políticas, para as ordenanças militares, e para tantas pragmáticas económicas que sendo instituidas para remédio, vieram por esta causa a ser descrédito. E seja a última e única resolução do príncipe justo, tratar as suas leis como suas, sustentando.as e mantendo-as em seu vigor inviolável e indispensavelmente ; porque o que a lei nega a todos sem injúria, depois que se concede a um ( ainda que seja com razão ) não se pode negar a outro, sem agravo. E é melhor, mais fácil, e mais decente, que as mesmas leis digam o não conservando-se, do que quebrá-las o príncipe pelo não dizer."
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