quinta-feira, 17 de junho de 2010
do p.A.Vieira - Dos governadores...
-" Dos governadores que mandava a diversas províncias o imperador Maximino, se dizia com galante e bem apropriada semelhança, que eram esponjas. A traça ou astúcia, com que usava destes instrumentos era toda encaminhada a fartar a sede da sua cobiça. Porque ele, como esponjas, chupavam das províncias que governavam, tudo quanto podiam ; e o imperador, quando tornavam, espremia as esponjas, e tomava para o fisco real quanto tinham roubado, com que ele ficava rico e eles castigados. Uma cousa fazia mal este imperador, outra bem, e faltava-lhe a melhor. Um mandar governadores às províncias, homens que fossem esponjas, fazia mal : em espremer as esponjas quando tornavam, e ele confiscar o que traziam, fazia bem e justamente ; mas faltava-lhe a melhor, como injusto e tirano que era, porque tudo o que espremia das esponjas, não o havia de tomar para si, senão restitui-lo às mesmas províncias donde se tinha roubado. Isto é o que são obrigados a fazer em consciência os reis que se desejam salvar, e não cuidar que satisfazem ao zelo e obrigação da justiça com mandar prender em um castelo o que roubou a cidade, a província, o estado. Que importa, que por alguns dias, ou meses, se lhe dê esta sombra de castigo, se passados eles se vai lograr do que trouxe roubado, e os que padeceram os danos não são restituídos ? "
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