sábado, 27 de novembro de 2010

do p.A.Vieira - no sermão de S. Lucas

-" O médico não cura a púipura, nem a coroa, senão o homem despido, e o corpo que em todos é do mesmo barro; e aonde o médico quis fazer disrtinção de barro a barro, ali se perdeu. Passando acaso Alexandre Magno por junto a um cemitério, viu nele a Diógenes ; e como lhe pergunrasse que fazia naquele lugar, respondeu o filósofo : Ando aqui buscando os ossos de Filipe de MacedóNia, mas não os posso distinguir: Ossa Philippi patris quondam tui quaero ; sed inter plebeorum non discerno. Assim respondeu a liberdade do famosíssimo cínico à arrogância daquele soberbíssimo monstro, como lhe chama Séneca ; e o ensinou a que se não estimasse mais que os outros homens, pois os ossos do pai que lhe dera o ser e o sangue, se nãodistinguiam dos outros. Mas como os palácios dos reis, aonde os médicos não são chamados senão por necessidade, assim como têm as portas sempres abertas à adulação e lisonja, assim elas por si mesmas se fecham à verdade ; muito valor há mister a do médico que houver de curar a um rei, como a um homem."

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