segunda-feira, 2 de agosto de 2010
do p.A.Vieira- no sermão de S. Sebastião
- " Oh que grande cristão por dentro, oh que grande político por fora ! Sebastião visto por fora, e entendido por dentro : uma cousa era o que era, e outra cousa era o que parecia : parecia um cortesão do palácio da Terra, e era um peregrino da corte do Céu : parecia um capitão que militava debaixo das águias romanas ; e era um soldado que servia debaixo da bandeira da cruz : parecia uma grande privado de Diocleciano, e era o maior confidente de Cristo. Sua fortuna, seu hábito e traje, seu nome, tudo era suposto : o nome era ironia. Debaixo do nome de Sebastião (que significava Augusto) encobria o príncipe a quem servia : debaixo das armas e do bastão encobria a milícia que professava : debaixo da privança e graça do imperador encobria a graça de Cristo, de que só vivia. Toda a sua vida era uma dissimulação da vista, toda era um enigma da opinião, e toda era uma metáfora do que não era : porque parecendo que toda se empregava em dar a César o que era de César, só dava a Deus o que era de Deus. Assim servia Sebastião encoberto a Cristo, porque entendia (e cuidava bem), que o servia mais encoberto, que declarado. "
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