segunda-feira, 30 de maio de 2011

do p.A.Vieira - no sermão decimo segundo

"A paz ha´-de ser sempre voluntaria e a guerra forçada: so´ a necessidade ha´-de obrigar `a guerra , mas a vontade sempre ha´-de desejar a paz. Ja´ antes o tinha dito Marco Tulio, tao filosofo como republico, e tao republico como eloquente. A guerra, diz, tomada por temeridade, e´ dos brutos; a forçada, e por necessidade, dos homens. Como homens, pelejamos pela conservaçao da paz, e nao pela ambiçao da vitoria; como justos, so´ pretendemos defender o priprio, e nao conquistar o alheio; como soldados, so´ tomamos as armas contra as armas, e se pode dizer com mais verdade dos nossos o que Roma cantava dos seus: Sola gerat miles, quibus arma coerceat, arma. Sendo pois tao justificada, tao racional e tao inocente a nossa guerra; e sendo a paz filha legitima da guerra, so´ quando a guerra e´ legitima, como foram as de David, muita razao tinhamos por certo, nao so´ de desejar, mas de esperar, que dela, como a de Salomao, nascesse tambem a nossa paz. A guerra nove anos ha´ ja´ que a padecemos, tempo e numero bastante par que dela nascesse este suspirado parto: do qual porem ate´ agora nao temos outros sinais mais que as dores."

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