segunda-feira, 30 de maio de 2011

do p.A.Vieira - no sermão decimo segundo

: "Aquela catastrofe admiravel que os profetas prometeram ao mundo renovado, quando as lanças se convertessem em arados para cultivar a terra, e as espadas em fouces para segar e recolher os frutos, nenhuma outra cousa significa aos homens de maior alvoroço e gosto, que a alegre e desejada paz depois da triste, comprida e detestada guerra. Destes antiquissimos e sagrados exemplares tomaram a mesma metafora, e a prosseguiram elegantissimamente assim os poetas gregos, como os latinos, entre os quais Alciato ( admitido ja´pelos mais severos juizos ao colegio do Parnaso) engenhosa, militar e politicamente adiantou assim o mesmo pensamento. Pintou em enxame de abelhas que no oco de um capacete fabricavam os seus favos e por titulo deste emblema: Ex bello pax . A letra diz, como diziamos, que da guerra nasce a paz e o corpo da pintura a nenhuma paz ou guerra se pode aplicar com maior propriedade, qual `a do Brasil. Os favos, sao os doces frutos desta terra singular entra todas as do mundo pela bençao de doçura com que Deus a enriqueceu: In benectionibus dulcedinis : as abelhas pela maior parte da Etiopia sao os fabricadores dos copiosos favos, que carregam todos os anos tao opulentas e numerosas frotas; e o capacete, nem usado ja´, nem guardado para outras ocasioes, e´ o sinal de paz segura, perpetua, e sem receio, qual foi o reinado de Salomao e a que depois de tantas guerras prometeu Deus nele a seu pai David."

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