sexta-feira, 20 de maio de 2011

do p.A.Vieira - no sermão segundo

Parece-me senhores, que me tenho declarado. Para não caberem as excelências do Rosário vocal em um só discurso, bastatava a insuficência do pregador: mas não foi essa a principal causa, senão a eminência da matéria, e sua grandeza. Quando o príncipe dos pregadores, S. Paulo, debaixo do nome de Deus desconhecido, que os atenienses adoravam. lhes deu a conhecer a divindade e humanidade do Deus verdadeiro, disseram no Areópago aqueles que eram re- putados pelos mais sábios homens do mundo: "Audiemus te de hoc iterum: outra vez vos ouviremos sobre isto mesmo. E como as cousas com excesso grandes, nem em Atenas se podem ouvir bastantemente de uma só vez; outra vez também me haveis de ouvir sobre o mesmo ponto, que não será em tudo dissemelhante ao de S. Paulo. Aquela devoção dos atenienses era tão comum, e tão vulgar, que o mesmo Apóstolo lhes disse, que passando por uma rua da sua cidade, vira o altar do Deus desconhecido com o título por cima: Ignoto Deo: Tão comum e tão vulgar é entre nós o Rosário! Mas hoje acabaremos de ver, que não está ainda bem conecido na nossa Atenas: e que lhe quadra, em grande parte (posto que seja tâo divino) o título de ignoto: Ave Maria.

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