sábado, 28 de maio de 2011

do p.A.Vieira - no sermão nono

"Pois se o ceu claro, resplandecente e formoso, neste lugar em que nos achamos causa horror, que sera´ escuro, feio e coberto por toda a parte, ou envolto em nuvens espessas e negras, sem que de dia se veja o Sol, nem de noite estrela? Se o mar quieto e pacifico, ou encrespado somente de uma viraçao branda e galerna, e´ temeroso ; que sera´ assoprado furiosamente do maior peso e impeto dos ventos, levantando montes que sobem `as estrelas, e abrindo vales que descobrem as areias, e jogando a pela com uma nau do India, quanto mais com um lenho tao pequeno, como este nosso? E se em junho e julho, quando parece que os ventos dormem, e os mares descansam, nao ha´ hora nem momento seguro sobre um elemento, e debaixo de outro, ambos tao inconstantes; que se pode temer na entrada do inverno , quando todos os vapores recolhidos no verao se desatam em furias e tempestades?"

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