sexta-feira, 3 de junho de 2011
do p.A.Vieira - no sermão decimo quarto
"Os filósofos antigos, definindo a verdadeira amizade, qual naquele tempo era, ou qual devia ser, disseram: Amicus est alter ego: O amigo é outro eu. Logo enquanto o amigo é eu, ego ; eu e ele somo um: e enquanto ele é outro, alter, ele e eu somos dous, mas ambos os mesmos, e isto é o que obrou sem milagre, por transformação recíproca, o amor de Jesus em João. A mesma antiguidade nos dará o exemplo. Depois da famosa vitória de Alexandre Magno contra el-rei Dario, foi trazida a rainha mãe diante do mesmo Alexandre, a cujo lado assistia seu grande privado Efestião. E como arainha fizesse a reverência a Efestião,cuidando que ele era o Magno, por ser mais avultado de estatura, e avisada do seu erro, o quisesse desculpar, acudiu Alexandre, como refere Cúrcio, com estas palavras: Non errasti mater, namque; et hic Alexander est; não errastes, senhora, porque este também é Alexandre. Assim o disse o grande monarca, mais como discípulo de Aristóteles, que como filho de Filipe. E se o amor (que eu aqui tenho por político e falso) ou fazia ou fingia que Alexandre e Efestião fossem dous Alexandres: Namque; et hic Alexander est; o amor verdadeiro e sobrenatural da parte de Cristo divino, e da parte de João mais que humano, porque não fariam que Jesus e João fossem dous Jsus? Não há dúvida que naquele passo estavam dous Jsus no Calvário, um na cruz, outro ao pé dela."
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