segunda-feira, 20 de junho de 2011
do p.A.Vieira - no sermão vigésimo
"Havendo Deus criado o primeiro homem, pôs-lhe por nome Adão, que quer dizer ruber , vermelho, por ser esta a cor do barro do campo damasceno, de que o formou. Tão importante é à altiveza humana a lembrança de seus humildes princípios. Mas se o intento de Deus era formar-lhe o nome da mesma matéria , de que o tinha formado, e a matéria era o barro vermelho, porque lhe não deu o nome do barro, senão o da cor, ruber? Porque no barro não havia perigo de se desigualarem os homens; na cor sim. No barro não; porque todos os filhos de Adão se haviam de resolver na mesma terra. Na cor sim; porque uns haviam de ser de uma cor, outros de outra. E não quis Deus que aquela cor fosse alguma das extremas, quais são a branca e a preta, senão outra cor meia e mista que se compusesse de ambas, qual é a vermelha; para que na mesma mistura e união da cor se unissem também os homens de diversas cores, ainda qaue fossem tão diversas como a branca e a preta. Por isso mo mesmo mome de Adãoelhe distinguiu também Deus as terras, qm que, segundo a qualidade de cada uma, se lhe haviam de variar as cores. É advertência engenhosa de Santo Agostinho, o qual notou que as quatro letras, de que se compõe o nome de Adão, são as mesmas que no Texto grego dão princípio às quatro partes do mundo, oriente, ocidente, setentrião, meio dia. E como os homens divididos pelas mesmo quatro partes do mundo, os de Europa, os da África, os de Ásia, e os da A mérica, conforme os diferentes climas haviam de nascer de diferentes cores: traçou a sabedoria do Supremo Artífice, que assim como en todo o nome de Adão, Ruber, estava rubricada a memória do Pai, e sangue comum de que descendiam; assim a cada letra do mesmo nome respondessem os diversos climas do mundo, que lhe haviam de variar as cores, para que na variedade da cor se não perdesse a irmandade do sangue."
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário