sábado, 25 de junho de 2011

do p.A.Vieira - no sermão vigésimo quinto

"É preceito inviolável a superstição própria da arte mágica, que quanto fazem ou dizem, em seus encantos, seja sempr em número desigual. Balaão, como lhe chama a Escritura, era feiticeiro: Balaam filium Beor hariolum. Peitou-o el-rei Balac, para que com seus feitiços e encantos enfraquecesse as forças do exército de Israel, que tinha à vista: e ele ordenou primeiramente, que se levantassem sete altares, e logo que para o sacrifício se lhe tivessem preparados sete bezerros e outros tantos carneiros, nomeadamente do mesmo número: Aedifica mihi hic septem aras, et para totidem vitulos, ejusdemque numeri arietes. Neste número, sinalado sempre o mesmo, declarou bem o feiticeiro, quanto importava para o efeito dos feitiços o mistério, ou superstição do número. Sete altares, sete bezerros, sete carneiros: e porque não seis, nem oito, senão sete ? Porque a arte mágica de nenhum modo se serve de números iguais, ou pares, senão sempre de número desilgual, ou ímpar. Assim o lemos em Ovídio nos feitiços de Medeia, em Lucano nos feitiços de Ericto e em Virgílio,nos de Maga, que enfeitiçou a Dáfnis."

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