segunda-feira, 27 de junho de 2011
do p.A.Vieira - no sermão vigésimo sétimo
"Foi questão entre os filósofos antigos; se era justo e decente que os senhores admitissem consigo à mesa e pusessem a ela os seus escravos ? Os estóicos, que era a seita mais racional e entre os gentios a mais cristâ, ensinava que os senhores deviam admitir os escravos à sua mesa e louvavam a humanidade dos que isto faziam e se riam da soberba dos que se desprezavam de o fazer. Servi sunt ? (dizia o maior mestre da mesma seita) Servi sunt ? Imo homines. Servi sunt ? Imo contubernales. Servi sunt ? Imo humiles amici. Servi sunt ? Imo conservi. I deoque rideo istos, qui turpe existimant cum servo suo coenare. Todas estas razões de Séneca se reduzem a uma, que é, serem também homens os que são escravos. Se a fortuna os fez escravos, a natureza fê-los homens: e porque há-de poder mais a desigualdade da fortun para o desprezo, que a igualdade da natureza para a estimação ? Quando os desprezo a eles, mais me desprezo a mim; porque neles desprezo o que é por desgraça, e em mim o que sou por natureza."
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